Em uma busca contínua para aprimorar a segurança da operação ferroviária, a MRS se orgulha de ter alcançado confiabilidade na linha férrea com indicadores no mesmo patamar das principais ferrovias norte-americanas. Em 2020, a taxa de acidentes por milhão de trem quilômetro rodado (TKM) fechou em 8,07, número 5% abaixo da meta de segurança pactuada com a ANTT, prevista no contrato de concessão do transporte ferroviário público de cargas. Esse resultado representa uma queda de 2,54% em relação a 2019. Os acidentes de origens técnicas relacionadas à MRS representam apenas 1% do total.
Os números incluem os acidentes com participação direta da MRS (relacionadas às falhas na operação e manutenção) e os que envolvem comunidades e outras ferrovias (principalmente atropelamentos de pessoas e abalroamentos, como são chamadas as colisões de composições ferroviárias com veículos). Com resultados de causa técnica considerados bastante satisfatórios, a MRS enfrenta o grande desafio de educar e conscientizar as comunidades que são atravessadas pela linha férrea com foco na segurança, já que parte da malha ferroviária passa por áreas urbanas e densamente povoadas nos estados de MG, RJ e SP.
Evolução da taxa de acidentes
Número de acidentes por milhão de TKM
Acidentes ferroviários e anomalias | 2018 | 2019 | 2020 |
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Quantidade de acidentes ferroviários - causa via permanente | 4 | 2 | 0 |
Quantidade de anomalias identificadas | 121 | 232 | 820 |
Os acidentes ferroviários da MRS estão concentrados naqueles motivados por imprudência da comunidade lindeira, tais como atropelamentos e abalroamentos. Por meio de um comitê permanente, a MRS busca adotar medidas de bloqueio e mitigação como, por exemplo, canais de comunicação com a comunidade, apuração e tratamento de reclamações e denúncias, vigilância ostensiva, controle vegetal da faixa de domínio, além da manutenção das passagens em nível e inferiores, passarelas, investimentos em sistemas de proteção (por exemplo cancelas automáticas) e vedações de faixa.
Em 2020, a MRS investiu R$ 5 milhões em uma série de iniciativas voltadas à segurança ferroviária. Foi ampliada a vedação da linha férrea em cerca de 2,2 km nas cidades de Belo Horizonte, Conselheiro Lafaiete, Juiz de Fora, todas em Minas Gerais, e nas cidades paulistas de Aparecida, Guaratinguetá e Taubaté. Em Suzano (SP), foi construído 1 quilômetro de caminho seguro, que é a indicação do local correto por onde os pedestres podem se locomover em área próxima à faixa de domínio da ferrovia.
Houve ainda a revitalização de 14 passagens para pedestres (PPs) ao longo da malha: 5 PPs em Taubaté (SP), 4 em Barra do Piraí (RJ), 2 em Aparecida e em Pindamonhangaba (ambas cidades de SP) e uma em Juiz de Fora (MG). Nas cidades de Santos e Aparecida, foram fechadas duas passagens em nível, uma em cada localidade, após a construção de alternativas mais seguras para a transposição da linha férrea.
Apesar dos esforços para reduzir esses acidentes, em 23 de dezembro houve um descarrilamento de grandes proporções nas imediações do município de Belo Vale (MG). Uma consultoria externa foi contratada para auxiliar na investigação das causas do acidente e a expectativa é que o trabalho seja concluído até abril de 2021. Para o próximo ano, a companhia tem expectativa de manter o alto nível de segurança na malha ferroviária, em relação a acidentes de causa técnica, e melhorar o percentual de ocorrências envolvendo terceiros. Nesse sentido, está prevista a implementação de um sistema de diagnóstico da malha ferroviária com tecnologia de videoanalytics, que permitirá a realização de um mapa de calor da ferrovia com indicação de onde estão os maiores pontos de conflitos urbanos, do ponto de vista de incidentes. A melhoria deve contribuir para melhor aproveitamento de recursos e respostas mais rápidas. Além disso, também terão continuidade os projetos para eliminação de Conflitos Urbanos, iniciados em 2020 e previstos no plano de renovação da concessão. Saiba mais em www.renovacaomrs.com.br .
A Academia MRS garante aos colaboradores treinamentos e capacitações, de acordo com a necessidade dos cargos e requisitos legais. Para os cargos operacionais, a Academia dispõe de processos de certificações como forma de garantir que o colaborador esteja apto a exercer determinada atividade, por meio da aplicação de provas de conhecimentos específicos ou necessários à operação ferroviária. Em diversos cargos, os colaboradores só podem exercer suas funções se estiverem devidamente certificados.
É feito também um monitoramento constante do desempenho e performance dos maquinistas por meio do SIC (Sistema de Informação da Condução), que permite o acompanhamento on-time via telemetria. Atividades consideradas fora do padrão desejado podem ser identificadas e tratadas em cursos de reciclagem e/ou aperfeiçoamento. Em casos mais extremos, pode levar à perda da certificação, gerando a necessidade de reciclagem total para que o colaborador esteja novamente apto a exercer suas funções.
Guilherme Mello
Diretor-Presidente
O ano de 2020 foi especialmente desafiador. A pandemia do novo coronavírus exigiu da empresa e de seus colaboradores mais esforços para que a operação da MRS pudesse ser mantida, ao passo que medidas como rígidos protocolos sanitários garantiram a segurança para que as equipes exercessem suas atividades. Cumprimos nosso papel de empresa categorizada como serviço essencial, mantendo as operações em ritmo acelerado e entregando um serviço logístico de alta qualidade para clientes e parceiros, sem descuidarmos da saúde dos nossos colaboradores e colaboradoras e, por consequência, dos membros das comunidades nas quais estamos inseridos.
As ações voltadas à prevenção do contágio das equipes pelo novo coronavírus incluíram desde um grupo de ações que abrangeu a disseminação de informações qualificadas sobre o autocuidado até a disponibilização de EPIs específicos. No relacionamento com a sociedade, a MRS manteve uma postura protagonista e entendeu que seu papel, como uma grande empresa presente em mais de 100 municípios nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, era o de apoiar as comunidades mais afetadas pela pandemia e que vivem próximas à linha férrea, com a distribuição de kits com produtos de higiene pessoal e cestas básicas, além do apoio a iniciativas da Fiocruz no desenvolvimento de testes rápidos para diagnóstico da Covid-19. Os recursos investidos nessas e em outras ações superaram os R$ 11 milhões.
Os resultados gerais da companhia indicam que a estratégia foi bem sucedida. A empresa transportou 159,8 milhões de toneladas, um resultado 8,8% superior ao de 2019. O transporte de minério de ferro, commodity que teve forte valorização ao longo do ano, é a principal razão para este crescimento.
O transporte foi positivamente beneficiado por um projeto que está ligado ao DNA inovador da MRS: a operação do Trem Não Tripulado (TNT). A iniciativa foi inteiramente desenvolvida por profissionais da MRS e atende a uma série de exigências de segurança para o trânsito de composições férreas na Zona de Auto Salvamento (ZAS), na região de Brumadinho, locais onde nossos trens não podem trafegar com maquinistas. Nos orgulhamos de ter diversas outras iniciativas inovadoras desenvolvidas em 2020. No ano, assinamos também um contrato relevante para transporte de celulose entre Pederneiras e o Porto de Santos e foi iniciada a obra do terminal multimodal, que viabilizará essa operação.
A MRS segue com o compromisso relacionado às suas práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) e, para tanto, definimos com o apoio de uma consultoria os focos estratégicos para os próximos dois anos (2021-2022). Temos 62 ações previstas em governança, estratégia, gestão de riscos e transparência, e algumas começaram a ser implementadas já em 2020, como a revisão e melhoria das nossas práticas de Governança Corporativa, que nos trouxe um ganho em aderência com os novos padrões. Estendemos o compromisso de metas com a sustentabilidade também para nossos fornecedores e nos comprometemos a analisar criteriosamente cada um dos quase dois mil prestadores de serviços que trabalham conosco. Além disso, pelo segundo ano consecutivo, apresentamos nossos principais indicadores por meio de um Relatório de Sustentabilidade construído de acordo com as diretrizes GRI (Global Reporting Initiative).
Na análise de alguns temas bem específicos e também relacionados à gestão sustentável do negócio, podemos destacar a melhora no indicador de eficiência energética, medido pelo consumo de combustível das composições: houve redução de 0,7%, um ganho de eficiência mesmo considerando o aumento do volume. Ou seja, transportamos mais utilizando menos diesel. Esse indicador é aferido pela medição da quantidade de litros consumidos no transporte de 1.000 toneladas brutas reais por um quilômetro.
Em 2020, a MRS investiu aproximadamente R$ 12 milhões em recursos para controle, projetos e melhorias ambientais. Entre as ações desenvolvidas destacam-se o tratamento de efluente para uso industrial ou de lavagem de pátio, em alguns sites de manutenção e operação da ferrovia; o plantio de 13 mil mudas nativas do bioma da Mata Atlântica em parque municipal de Juiz de Fora (MG), em uma área plantada equivalente a 7 campos de futebol; e a destinação de quase 20% dos nossos resíduos sólidos para reciclagem ou reaproveitamento. Também foi o ano em que fizemos nosso primeiro inventário de emissões utilizando o GHG Protocol, o que demonstra nossa preocupação em contribuir para minimizar as mudanças climáticas, por meio do levantamento e monitoramento dos dados, e nosso compromisso com a implementação de ações para redução da emissão de gases de efeito estufa.
Como mencionado anteriormente, 2020 não foi um ano convencional. Ele trouxe complexidades novas e nunca vividas. A certeza de que estamos no caminho certo e de que adotamos as medidas corretas está traduzida nos resultados da pesquisa de clima, feita com os colaboradores ao final do ano. O quesito “Favorabilidade de Clima”, que mede o nível de satisfação geral dos profissionais, registrou um crescimento de quase 5 pontos percentuais ante o patamar de 2019, chegando a 87,6%. O resultado aponta um elevado nível de satisfação, e isso demonstra que os esforços para manter as equipes em atividade, garantindo a segurança de todos, contribuíram para o excelente resultado.
A mesma pesquisa de clima incluiu, pela primeira vez, perguntas sobre como os colaboradores percebem as atitudes da Companhia em relação a temas como assédio, diversidade e inclusão, já sinalizando quais serão algumas das prioridades a serem trabalhadas futuramente na gestão de pessoas. Estamos com programas e ações para debate e fortalecimento da diversidade na ferrovia. O objetivo de uma das ações, por exemplo, é aumentar a participação feminina na MRS, que já vem crescendo ao longo dos últimos anos.
O ano de 2020 foi de muitas conquistas. Aferimos um bom resultado, apesar das inúmeras variáveis que estavam postas. Esses resultados só foram possíveis em função da dedicação e esforço do time MRS, uma equipe formada por profissionais de muita qualidade e comprometimento não só com a empresa, mas também com melhorias contínuas.
Ainda viveremos desafios complexos em 2021, com a continuidade da pandemia e a execução de diversos projetos, como a ampliação das iniciativas voltadas à inovação, a migração dos sistemas e processos da Companhia para uma plataforma única e a expectativa de conclusão do processo de renovação antecipada da concessão da MRS. Certamente, nosso time está pronto para entregar soluções logísticas que beneficiem importantes setores da economia brasileira e tragam desenvolvimento tanto para o setor ferroviário, quanto para o país.
Temos ciência do nosso papel relevante para a sociedade e sabemos o que fazer para contribuirmos ainda mais. Continuaremos progredindo sempre. Acompanhem a evolução de 2020 no relatório a seguir.
Boa leitura!